sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Porque são vários fins




Não é frescura. Não é melodrama. Não é pensamento negativo. É apenas uma vontade.
Que me incomoda. Mas que está presente. Que vai e volta. E fica. Invade meu sono. Quer torná-lo maior.
É querer acabar com tudo que está errado. O mundo parece ficar melhor. Um a menos. Um que não fará falta. Ela voltou. Intensa demais. Mas, quem faz não diz. Pode ser. O que falta é coragem. Já pensei em mil possibilidades, mil formas. Mas, eu só quero mesmo é chorar. É derrubar a maldita máscara de forte que criei. Eu não sou forte. Eu não quero ser. Eu não sou mais compreensiva.
E sim, eu erro. Erro demais. E pior, quero continuar errando.
Gosto do erro. Gosto de onde erro. Eu não sei amar. Eu não sei viver essa vida, que pra mim soa medíocre. Nada aqui me faz feliz. Essa de hoje não é quem quero ser. Não sou assim. Sou tão mais. Já fui tão melhor.
To com saudades de mim. Saudades dos meus sonhos esquisitos, de querer escrever um livro. De estar cansada do trabalho, da faculdade, de ter um domingo muito meu.
Estou me boicotando. Quero destruir esta relação. Ela me faz mal. Não suporto ser assim. Quero ser mãe e não filha. Não quero ser sua filha. Quero cuidar da minha vida, da minha casa, da minha roupa, do meu lugar, do meu jardim. E não, eu não quero que você faça parte. Essa relação acaba comigo. Destrói o melhor de mim. Suga meu amor próprio e tudo agora desaba. Se eu te odeio? Não, de jeito algum. Eu amo você. O que odeio são suas atitudes para comigo, são suas omissões, as negligências, o tempo escasso, a falta de diálogo e excesso de esforços que faço. A conta estourou? Pergunte porquê. Foi pelas vezes que você não me ouviu e que tive que procurar outro ouvido, foi pelas vezes que fiquei sozinha tagarelando pro Bê, pra parede, pro teu cachorro. Chega! Quero férias de ti. Três meses sem te olhar, sem te ouvir, sem me magoar, sem disputar um minuto da sua atenção descomprometida. Sem tentar te ensinar a ser pai.
Não quero mais ser tua filha. Nunca mais nessa vida. Nem em outra. Nem no passado. Nem em sonho. Nem em pesadelo. Nem na morte que está a espreita.

3 comentários:

Unknown disse...

estou preocupada sabe, acho que não é bem assim. Penso nisso quando olho e vejo meu pai, e vejo tudo que ele não faz ou que eu gostaria que ele fizesse. Não sei, acho que devemos permitir aproximação das pessoas e aceitar o jeito delas. Tem coisas que não tem como mudar, tem coisas que nós somos iguais a eles. às vezes temos que passar por isso e nos permitir. Não sei nunca tive uma fórmula pra isso, mas acredito em Deus e sei que Ele pode te ajudar. Te amo e sei que não é bom vc se sentir assim, olha eu estou perto de ti por mais longe que pareça.
Fica bem

Anônimo disse...

Tem dias que a gnt tá cansada de tudo, mas a gnt soh aprende a ser filho quando vira pai....

bjs,flor, o texto é ótimo, fluido, pausado, intenso.mas no final,O texto eh Schaline.

Anônimo disse...

Simplesmente a beleza em forma de palavra...

Não há como comentar o sentimento posto neste texto...

Simplesmente fantástico... e emocionante