segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Memórias



















E depois de tantas voltas, reencontrar a essência. Aquilo que nos move em frente, aquilo que nos faz crer e lutar. A pergunta que nunca cala, a dor, para onde vamos?
Onde vamos parar? E o que restará? Palavras, memórias, palavras transformadas em memórias. Um pedaço de mim que só o papel pode ter. Que só quem se dispuser em ler conhecerá.
A memória dos filhos, quero tê-los mais, pra viver mais além da minha própria vida. Para neles eternizar. Egoísmo? Excentricidade? Querer fugir da ideia da morte, se eternizando na vida dos outros, parte minha.
Meu sangue, meu olhar, a cor dos meus cabelos, dos meus olhos, minha teimosia, meus trejeitos.
E tudo melhorado, misturado com meu par, com a outra metade. Mais alta, mais loira, mais bonita.
Não, não são palavras ao vento somente. São sementes, são histórias, memórias. Só memórias. Memórias de um dia. De uma gestação. Duas. Um parto. Dois. Um casamento. Vida a dois. A quatro.
Amor sem fim, que vai além da vida. Transcende o corpo. Cresce e vive em outros dois corpos. Pequenos e frágeis, que vamos moldando.
Na esperança de serem memórias mais bonitas de nós mesmos.
De serem mais felizes na infância.
De serem adultos, que ainda não somos.
Eterna infância na memória dos amores familiares não vividos.
Eternizados em memórias de textos curtos.
Vividos na maternidade. Amor que damos.
E tudo são memórias.
Confusos, evasivos, com falhas.
Somente memórias.