quarta-feira, 5 de novembro de 2008

No amor que creio...

Será que o amor que acredito não existe? Esse amor de entrega, de cumplicidade. Não sei traduzir em palavras, em frase concretas e claras tudo que espero desse amor. O meu ‘cara certo’ apareceu duas vezes, mas nas duas seguimos caminhos diferentes. Haverá um terceiro? Ou quantos outros?

Amor que creio ele é entrega de um ao outro, todo dia. Ele é segurança e diálogo. Ele não tem vergonha, não faz reservas. Ele é carinhoso e sabe dizer não. Ele sabe dizer você está errado e sabe te elogiar quando acertas. O amor que creio te faz dois e não um. Ele te completa e te ensina. Sempre acrescenta, não existe para diminuir. Ele te acha linda de manhã cedo com os cabelos despenteados, mas te acha magnífica quando pronta para uma festa. Ele conversa contigo no silêncio de um olhar. E também respeita o dia que não podes ser tudo o que precisas. Ele entende que um dia você está bem e no outro é seu dia de mau humor, porque ele sabe que você é real.

Meu amor não quer viver um sonho. Não quer me tornar princesa de uma história perfeita com início, meio e fim. A minha história de amor desconhece o fim. Ela recomeça em cada amanhecer, e respira ao entardecer.
Meu amor almoça junto, canta junto, ri e chora. Ou simplesmente não faz nada. Meu amor verdadeiro gosta do que não suporto, mas respeita meu não gostar. Como também me ensina a provar, a arriscar.
Meu amor não briga, mas discute quando não concorda. Me ouve, eu o ouço e temos liberdade de chegar a conclusões diferentes. O amor que creio não se satisfaz com tua tristeza. Te ajuda a ser feliz, mesmo que isso não me faça completamente feliz. Ele me respeita os limites. Eu aos dele. É uma troca. Meu amor é feito de ceder, muito mais que doar.

Meu amor não se completa só nas semelhanças, mas na descoberta das diferenças. Meu amor cresce mais quando me falas a verdade, do que quando pintas a sua fala. Meu amor é feito de admiração. Amor para mim é admiração. Não posso amar alguém que não admire. Não posso amar alguém em quem não confie. Não posso amar alguém que não me traga segurança. Amor com excesso de ciúmes é cárie na alma.

O ciúmes que meu amor permite é só aquele para te deixar vermelho. É aquele que te faz olhar para mim de novo. É aquele que te faz pensar: és minha.

Meu amor sonha e realiza. Pensa e age. Meu amor se permite a dizer eu te amo, tanto quanto hoje não ‘tô’. Meu amor quer ter filhos, quer ter casa, mas sabe que é preciso esperar e construir. Meu amor respeita meu tempo. Meus medos. E me ensina a superá-los. Meu amor me diz o que preciso ouvir, desde que seja a verdade. Meu amor é amante, mas antes é meu amigo. O amor que creio nos torna cúmplices de todos os momentos, com ele não posso temer sonhar, nem acordar.

Meu amor faz o melhor sexo. Porque o faz com amor. Ele não tem pressa de chegar. Ele aceita só olhar. Mas, ele também entende se a noite posso estar sedenta. Sem pensar mal de mim, em nem uma e nem em outra situação. Para ele não preciso de dor de cabeça, não preciso pedir que vá com calma. Ele sabe o melhor jeito de me levar.

Meu amor entende o que penso, e o que não entende tem coragem de pedir explicação. Ele não tem medo do meu passado. E nem do nosso futuro. Meu amor é de certeza. Ele não continua buscando, porque acredita ter encontrado.

Será que esse amor tão cheio de entrelinhas é assim tão surreal? Só quero um amor simples. Um amor de verdade. Um amor que nos leve juntos a velha idade, um amor que quando as belezas nos abandonarem continue me olhando com a alegria do primeiro encontro. Um amor que entenda que amor nada tem a ver com a cor dos olhos, com o peso na balança, com o sorriso que sempre levo no rosto, com a voz que envolve. Um amor que compreenda que amor é menos. Que amor é amizade. Que amor é confiança. Que amor é querer estar junto. Que amor é feito de desejo. Do desejo de dar certo.
Que amor verdadeiro acontece de forma natural. Com o amor verdadeiro você não precisa de máscaras, de risos e caras e bocas. Com o amor verdadeiro você só precisa de paciência e tempo. Tempo para que a semente cresça nos dois, e paciência para cultivá-la. Com todos os ingredientes que ficaram nas sombras desta história.

3 comentários:

Anônimo disse...

Menina que coisa mais linda este texto...

Sempre fui fã das coisas que tu escreve, mas parece a medida que o tempo passa,as postagens ficam ainda melhores. Você me surpreende sempre!E a cada post!

Parabéns!

Ah... Eu também creio neste amor aí que tu falou...

A Lu mandou este texto para um monte de gente. Claro que ela encheu a bola da poetisa favorita delaneh...hehehe

=)

Beijo!

Schali Loureiro disse...

Que bom Ca! Ela me mandou um e-mail comentando o post tbm! hauhauhua Mas, nem imaginei que ia encaminhar para mais gente. Que legal! Fico feliz com essa identificação!

Gosto das suas visitas ao PaLaVrAs! =D

Antonio Massoquetti disse...

Nossa...fiquei até sem palavras (isso é raro hahaha)
Acho que todo mundo um dia já sonhou com um amor desses, uns se desiludiram e desistiram, outros com mais sorte conseguiram...
enquanto isso muitos continuam tentando...
será que um dia conseguiremos?!

Beijoss