quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Reflexões sobre o "Homem real"


Uma amiga ao redigir suas conclusões sobre a existência de “homens reais” e não perfeitos, como nós mulheres gostaríamos, remexeu em sentimentos inquietantes que insistem em pulsar em mim. Então lá vai:

Sim. Concordo só existem homens reais, como só existem mulheres reais. Exigimos algo que nem nós somos capazes de oferecer. Somos tão imperfeitas, quanto eles podem ser.
Daí quando eles nos conquistam sentem liberdade de ser quem são, desejo que nós também devíamos sentir. Ainda creio que o segredo para uma relação duradoura seja isso: cada um ser livre para se expressar como é. Cada um se sentir você mesmo, sentir que não precisa agradar em tempo integral.
Mais do que isso, temos que ser responsáveis por nossa própria felicidade. E o que acontece quando iniciamos um relacionamento? Esperamos que o outro nos faça feliz e se por acaso em algum momento não o conseguir, pronto! Lá estamos nós em prantos criando mil teorias de conspiração a respeito.

Porém há outro ponto importante: há os homens que erram por natureza e há os que erram por experiência de vida.
Os que erram por natureza são os homens genótipos. Os “erros imperdoáveis” que cometem derivam de sua essência, não tem como ser diferente. Como dizia a Talita, eles arrotam, soltam gases e por aí vai.
Quanto ao segundo modelo ou espécie, chamamos de homens fenótipos, eles foram influenciados em grande parte pela criação e pela sociedade; daí onde havia uma tendência a ser se transformou nessas criaturas abomináveis que amamos.
E eis onde mora nosso verdadeiro problema: família. Se quisermos que homens sejam cavalheiros, saibam se comportar em um jantar, enviem flores, lembrem de aniversário e se comportem como os príncipes que merecemos, somos nós mulheres que temos que criar estes hábitos neles.
Sim! Não os transformaremos quando grandes, mas sim enquanto estiverem à mercê de nossas orientações. Como?
Somos mulheres, mães, ou ora seremos mães. E é esta a ocasião apropriada para transformá-los.

De minha parte, prometo contribuir. Meu filho aprenderá a ser um verdadeiro príncipe.

Bem, vocês não usufruíram, mas as próximas a nascer...


Para acessar o texto que deu origem a este:
http://amordecaixinha.blogspot.com/

terça-feira, 6 de novembro de 2007


Doce Condenação.

Culpada. A vida assim o declarou.
Assim todos aclamaram. Sábia decisão que o meritíssimo Tempo tomou.
Foi condenada pelo resto dos dias que viver. Até a morte pagará pelos seus atos, na reclusão de sua solidão. Toda casa virou cela. Toda pedra virou grade. Todos viraram seu carcereiro. Limitou-se a tomar sol duas vezes por dia, e esperar que ele a abandonasse também ao entardecer. Limitou-se a aceitar. A calar.

Tinha um cúmplice, mas ele fugira e ninguém se importou em ir atrás. “Deixe que chegará a hora dele”, disseram. A dela eram todas as horas. Para ela não havia perdão.
Impune, foi feita a justiça, da dor calou em nome da honra que não sabia se tinha e sentiu-se aliviada. Quem sabe dali uns 20 anos poderia ir passear nos fins de semana. Quem sabe até conseguisse uma liberdade provisória, não saberia ainda ao certo.
Calou-se. Acatou a ordem do Supremo Tribunal da Sociedade Perdida, foi levada para a ilha dos Hipócritas Convencidos e até esqueceu-se do cúmplice e ainda se apiedou dele.
Convenceu-se que fez a coisa certa da forma errada e que não merecia perdão.




“Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que ainda temos esse tempo pra perder?”

(Lenine)


segunda-feira, 5 de novembro de 2007




Tem um tempo para cada coisa. E há muitas coisas para um só tempo.
Sim, no momento há coisas demais para pouquíssimo tempo.
Então recordo de Lenine “será que temos esse tempo pra perder”??
Se o possuo ou não, certeza tenho que não o domino. Que muito ele me foge ao piscar, ao pensar.
Tempo. Ah! Quantos foram os tempos que se foram. Esvaíram-se. Fugiram. Me esqueceram. De tempo em tempo que tenho, dos tempos que não quis ter e do tempo que ainda terei. Sim, de todos, este tempo presente é o melhor. O desenho e refaço conforme meu desejo. E as vezes esqueço-me de apagar algumas falhas.
O tempo não passa de acordo com os ponteiros do relógio; o tempo não fica mais impresso nas folhas do calendário. E não permanece o tempo que julgo suficiente.
E para quê afinal o quero?
Quero tempo para reescrever minha saga (e considerem literalmente este termo), tempo para viver os sorrisos que ainda estão guardados, tempo para lembrar saudosamente todos os momentos que tornam o tempo passado tão perfeito.
Quero tempo suficiente para olhar para trás e perceber que não sofri tanto quanto pensei. Que não foi difícil tanto quanto pareceu, que não amei tanto quanto imaginei e que sim, fiz tudo o que julguei melhor para mim e para quem estava a minha volta dependendo de minhas escolhas.
E se ainda quero mais tempo? Talvez não, talvez sim. Por hora vou “fingindo paciência” , porque “a vida não pára”.
Ah... e ela é “tão rara”! E é perfeita em sua singularidade.